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Cavalo-marinho-de-barriga

Biologia

Estes cavalos-marinhos distinguem-se da outra espécie também presente nas nossas águas por terem o focinho mais comprido e apêndices ao longo da cabeça e pescoço, que fazem lembrar ramos. Medem até 25 centímetros, e a sua coloração é geralmente acastanhada, mas conseguem mudar rapidamente de cor para se camuflarem ou cortejarem o parceiro. Vivem em águas costeiras pouco profundas, como rias e estuários, preferindo as pradarias marinhas. Tal como todos os cavalos-marinhos, não são bons nadadores e usam a cauda preênsil para se segurar a algas, ramos e até estruturas artificiais. Podem girar os olhos de forma independente, o que é útil para procurar alimento. São caçadores “por emboscada”, sugando as pequenas presas, pequenos crustáceos, com a sua boca em forma de tubo.

Conservação

Todas as espécies do género Hippocampus estão listadas no apêndice II do CITES, que regula a sua captura.
O cavalo-marinho-de-focinho-comprido, sendo uma espécie costeira, é muito sensível às atividades de origem humana, que levam à perturbação e degradação de habitat, como a poluição e a pesca de arrasto e com rede (que acidentalmente capturam estes animais). Os cavalos-marinhos têm vindo a ser alvo de apanha ilegal para abastecer o mercado de medicina tradicional asiática. Estas ameaças provocaram um acentuado declínio da população de cavalos-marinhos-de-focinho-comprido.
O estudo mais aprofundado sobre o estado das populações das duas espécies existentes em Portugal é necessário para se definir as medidas de conservação adequadas, bem como a avaliação do seu estatuto de conservação a nível nacional. Por esta razão, o Oceanário de Lisboa apoia o projecto “Cavalos-marinhos Desconhecidos: contributo para o aumento do conhecimento para a classificação e conservação do cavalo-marinho em Portugal”, coordenado pela Associação Natureza Portugal em associação com a WWF.

Curiosidades

Os cavalos-marinhos formam casais que duram toda a vida. Durante a época de reprodução encontram-se logo pela manhã e iniciam a sua elaborada “dança”, o macho nada em movimentos circulares ao redor da fêmea, nadando então os dois ao longo da coluna de água formando uma espiral. A fêmea transfere os ovos para o macho, que os fertiliza na sua bolsa. O macho incuba os ovos dentro da bolsa durante três semanas, ao fim das quais se contrai repetidamente até libertar as várias dezenas de pequenos juvenis.