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Os segredos dos tubarões

As espécies do Oceanário, ameaças, curiosidades e como proteger

A patrulhar o oceano há mais de 400 milhões de anos, os tubarões surgiram muito antes dos dinossauros. Estes habitantes do mundo subaquático, com mais de 400 espécies conhecidas, são os mais temidos, mas também os que mais fascínio e encanto despertam no Homem. Desde a sua reprodução, locomoção, mandíbulas, sentidos, até à necessidade de conservação, conheça o fantástico mundo dos tubarões.

REPRODUÇÃO
O desenvolvimento dos tubarões, até atingirem a idade adulta e serem capazes de se reproduzir, pode demorar vários anos. Dependendo da espécie, os embriões destes animais podem desenvolver-se no interior do útero das fêmeas (viviparidade), protegidos por cápsulas escondidas nas rochas ou presas a algas (oviparidade), ou mesmo em ovos dentro do corpo da mãe (ovoviviparidade).

LOCOMOÇÃO
O seu esqueleto é feito de cartilagem, um tecido leve e flexível (semelhante ao das orelhas e do nariz dos humanos), que associado à forma do seu corpo e à sua pele, que tem pequenas estruturas que diminuem o atrito, tornam os tubarões rápidos e ágeis.

MANDÍBULAS
Também os dentes destes peixes têm características especiais: não estão presos às mandíbulas, estando apenas envolvidos pelas gengivas, pelo que são continuamente repostos à medida que se vão partindo ou desgastando. Por exemplo, o tubarão-branco repõe cada dente num intervalo médio de 8 a 15 dias e o tubarão-martelo chega a substituir 24 000 dentes em 10 anos.

SENTIDOS
As suas excelentes capacidades sensoriais são uma das razões para a sobrevivência dos tubarões ao longo de milhões de anos. Apesar de não se verem, os ouvidos destes animais conseguem captar sons produzidos a muitos metros de distância. O seu olfato é muito apurado e permiti-lhes detetar o equivalente a uma gota de sangue numa piscina olímpica. Dentro dos olhos, muitas espécies têm uma camada de células refletoras, chamadas de Tapetum Lucidum, que potenciam a visão em ambientes de baixa luminosidade. Os tubarões também conseguem detetar o batimento do coração de outros peixes, através de órgãos, chamados ampolas de Lorenzini, situados à volta da boca ou do focinho. Para além de tudo isto, os tubarões são ainda capazes de sentir pequenas vibrações e alterações da pressão da água, graças a um sistema, de poros e canais existentes ao longo do corpo, chamado linha lateral.

AMEAÇAS
A sobrepesca, principalmente devido à procura pelas barbatanas, a destruição do habitat, a pesca desportiva e acidental e as alterações climáticas são as principais ameaças aos tubarões. De entre todas as espécies, as mais ameaçadas são as que vivem nas águas pouco profundas do Atlântico, Índico e Pacífico, onde a pesca é mais intensiva.

Apesar da fama, anualmente morrem mais pessoas vítimas de ataques de cães, do que por ataques de tubarões. Por outro lado, o Homem é responsável pela morte de milhões de tubarões todos os anos.

Estes animais estão a ser pescados a uma velocidade muito superior à sua capacidade de se reproduzirem e de deixarem descendência no oceano. Muitos tubarões são predadores de topo das cadeias alimentares e, por isso, influenciam as populações das espécies de que se alimentam. Desta forma, evitam um aumento descontrolado de algumas espécies, mantendo o equilíbrio das teias alimentares e dos ecossistemas, no oceano.

CONSERVAÇÃO
Atualmente, cientistas, aquários e organizações para a proteção dos tubarões procuram sensibilizar para a importância do papel de cada um de nós na defesa destes animais fascinantes.

Conheça os tubarões que habitam no aquário central do Oceanário de Lisboa e descubra como pode contribuir para a sua conservação.

(Clique na imagem)

Tubarões no Oceanário de Lisboa